o. p. c. v.

[WTF] Maria Bamford

MARIA BAMFORD -- COMEDIANTE, ATRIZ

infância

Eu tocava violino e tocava muito bem porque, você sabe, comecei aos três. Fui forçada a aprender de um jeito que não compreendi direito até mais ou menos onze anos e aí eu falei, "Acho que quero largar."

Eles disseram, "Não. Ah, não. Você não pode. Porque investimos muito tempo e dinheiro, e você é bizarramente talentosa, então por que não continuar?" Eu tocava bem, mas não gostava de jeito nenhum.


Meu pai me mandou para um curso de Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas. Por dezoito semanas eu fui com alguns empresários e empresárias, e isso me salvou. Estava super deprimida. Dormia o dia todo na escola. Terminei o curso e de repente conseguia fazer amizades.

Tinha um formato para falar com as pessoas. Porque estava com tanta ansiedade. Então depois de fazer o curso, eu falava, "Ei, Marc. Marc, ótimo te ver. Sabe, Marc, suas piadas foram ótimas ontem, Marc. Sério mesmo."

Aí você escuta as pessoas e responde o que acabaram de falar, mas com um giro. Era fantástico, sério mesmo. Tipo resultados imediatos.

Aí tudo desmoronou quando fui pra faculdade, e as pessoas na costa leste diziam, "Por que você está falando desse jeito comigo? Relaxa." Acho que havia um ar de histeria nas minhas técnicas do Dale Carnegie durante a faculdade porque eu tinha tanto medo, então tenho certeza de que eles tinham razão em dizer pra eu me acalmar

relacionamentos

Acho que ainda vi relações como coisas para aumentar a autoestima e tipo, "Não, tenho que estar realmente de boa comigo mesma e com minha vida e tentar não convidar ninguém pra ela." Também tenho que gostar e respeitar verdadeiramente a pessoa, em vez de só pensar, "Ah, vou ajudá-lo," que é horrível. Ninguém quer ser ajudado.

Você deveria querer estar com alguém que você admira. Você diz, "Essa pessoa é ótima, uma maravilha de pessoa." Não, "Ela é ótima, ela é boa, mas vou ensiná-la uma coisa ou outra sobre uma coisa ou outra." Isso é controlador e manipulador, e também rebaixa a pessoa.

saúde mental

Acredito que é genético porque tenho uma tia que sofre de bulimia. Não é culpa minha.


Eu tinha Síndrome de Pensamentos Intrusivos com pensamentos horríveis de coisas como violência sexual. Meio que começou quando eu tinha nove ou dez anos. É uma síndrome de verdade. Um tipo de TOC. Um monte de gente tem.

Você tem um pensamento esquisito. Esse é comum: gente com depressão pós-parto pensa em bater ou matar a criança. Aí eles pensam, "Meu Deus! Não consigo acreditar nisso. Jesus! Pensamento maluco." E superam. Alguém mais sensível ou mais agitado poderia pensar, "Meu Deus. Não posso pensar nisso nunca mais. Talvez isso signifique algo. Vou matar meu bebê?" E aí não conseguem parar de pensar nisso, e a obsessão é "Vou matar minha criança." A compulsão é qualquer coisa que você faça para não pensar nisso, ou, tipo, começar a evitar seu bebê.

Eu pensava no que quer que fosse tabu para mim, que poderia ser matar minha família, matar meus amigos, agredir sexualmente alguém, crianças, animais, esse tipo de coisa, e aí eu começaria a evitar, evitar e evitar. Ficava sozinha, que é o lugar mais seguro para não machucar ninguém. Percebi que não conseguia manter amizades próximas.


Adoro grupos de doze-passos porque tem uma estrutura bem definida de como falar com pessoas, tem um jeito específico de compartilhar, um jeito certo de falar, bem parecido com Dale Carnegie. Aí você se torna membro?, vira padrinho?[have fellowship] e acaba. Não é uma coisa meio "ah, vamos continuar dando rolê" e tal.

lições de vida

Meu filme favorito é Ratatouille, porque a mensagem é, "Não importa o quanto de nojo as pessoas tenham de você, você tem que seguir seus sonhos."

#comédia #wtf